Prof. Euler Lopes
O mestre Jesus, nos ordenou dizendo: Portanto, ide, ensinai todas as nações... Mt 28.19a
terça-feira, 28 de maio de 2019
segunda-feira, 30 de julho de 2018
O EVANGELHO DE JOÃO 1.1c, E A TRADUÇÃO DO NOVO MUNDO
Uma análise léxico sintática da verdadeira tradução
de [...] καὶ θεὸς ἦν ὁ λόγος.
FAÇA O DOWNLOAD AQUI:
https://drive.google.com/file/d/14bsYQ6Vd7CsR_1qwzFf6ln1gKAG6VV5s/view?usp=sharing
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VISÃO PANORÂMICA
Postulamos que o Logos é o Ser cuja existência transcende o
tempo. Sua preexistência eterna é explícita nas palavras do apóstolo João
(Jo.1:1; 1Jo.1:2). O Verbo estava com Deus. A preposição “com” (gr. pros)
implica em relação e distinção. Usada com o acusativo significa não somente
coexistência mas intercomunicação direta. O Verbo era Deus. Dito isto, não se
deduz que o Verbo era a mesma pessoa descrita como Deus — o qual Ele estava —;
entretanto, significa mais do que Este Ser apenas "um deus" distinto
ontologicamente Daquele — como vertido em supostas traduções, por exemplo a TNM
das testemunhas de Jeová. Ademais, não encontramos qualquer sustentabilidade
exegética, gramatical, e ou, teológica para tal “tradução defendida”. Há uma
implicação definida na reivindicação de o Verbo ser tão “substancialmente Deus”
quanto o Deus que o mesmo estava no texto de Jo.1:1c. O Verbo é qualificado
como Deus, coparticipante da essência Divina e, em virtude de tal certeza, consideramos
como afirmou o Erudito gramático Daniel B. Wallace em sua obra Gramatica grega – uma sintaxe exegética do
NT pg 735: "O que Deus Era o
Verbo Era". Isso não significa que exista mais que um Deus, pois
afirmar isso seria ir contra o que o Mesmo em Sua revelação escrita afirma
(Is.43:10), logo, mediante revelação progressiva, nos é evidente a existência
de pluralidade de pessoas na singularidade do Deus das Escrituras, e isso, a
partir da mesma.
Devida surpreendente revelação do Ser de Deus pelas escrituras a
igreja adotou o conceito de “Trindade”, este fundamentado na compreensão da
existência de três autoconsciências divinas distintas (diferente do
unitarismo); Pai, Filho e Espírito Santo, que na economia da Divindade tem sua
própria funcionalidade (diferente do unicismo), que coexistem desde a
eternidade (diferente do modalismo), são unas em essência e propósito
(diferente do politeísmo), reais e ativas no mundo desde sua fundação
(diferente do ateísmo) e defendida pelas Escrituras. Considerando isso, o Novo
Testamento está repleto de claras e significantes evidências que apontam para a
comprovação dessa sentença (cf. 1Co.8:6; At.5:3,4; 20:28; Jo.20:28..etc).
Sugerir uma suposta geração do Verbo na eternidade pelo Deus que o mesmo
estava, talvez até atribuindo “natureza angelical” a Este a fim de negar sua
preexistência eterna e apoiar a suposta tradução “e o Verbo era um deus” —
insinuando haver inferioridade entre as pessoas na Divindade — é, sem dúvida
alguma, “deliciosamente gnóstico” (Qual o texto original do novo testamento –
QUE DIFERENÇA FAZ? Dr.Wilbur Norman Pickering, pg 209). Os que se utilizam
desta via além de se auto-proclamarem politeístas demonstram total desespero em
defesa de sua doutrina débil, outrossim, uma profunda ignorância com respeito a
revelação bíblica concernente ao assunto.
Além do mais, negar a eternidade do Verbo é ignorar o fato de
todas as coisas criadas terem tido origem mediante atuação ativa do mesmo,
sendo isso claro em todo NT (Jo.1:3; Cl.1:16; Hb.1:2). Isso significa que “sem
ele, e ou, sem sua participação direta, nem mesmo uma só coisa veio a existir,
isso é, o que veio a existir” (Jo.1:3), excluindo-o assim — e as demais pessoas
na Divindade, Pai e Espírito — daquilo que veio a existência, e atribuíndo ao mesmo
eternidade e preeminência sobre. Definitivamente, não há como negar a
coigualdade ontológica entre as pessoas na Divindade (Pai, Filho e Espírito
Santo), nem tão pouco aceitar a vergonhosa tradução sugerida pelas testemunhas
de Jeová para benefício próprio e depreciação da pessoa do Cristo
pré-encarnado.
Brício Lube
1. INTRODUÇÃO
Sabemos que a Palavra de Deus, está sendo
muito manipulada em diversos Seminários e em Faculdades teológicas que se dizem
“cristãs”. Não somente a igreja está sendo atacada na presente era, mas a
Tradução da Bíblia. Alguém já disse, “quando não conhecemos a história da
igreja, estamos fadados a repetir as mesmas heresias, ora combatidas por ela”.
Essa verdade é incontestável, pois milhares de ensinos heréticos estão
novamente voltando com uma nova roupagem para atacar a igreja de Jesus e a
Bíblia Sagrada. Esta, no que tange a sua tradução, está sendo manipulada por muitas
pessoas. Gente dizendo que a melhor tradução é assim, outros dizem que é de
outra forma, enfim, para um esclarecimento sobre a mesma e sua tradução, no
mínimo se precisa estudar os idiomas no qual ela fora escrita.
“Muitos incautos” em especial “as testemunhas
de Jeová”, acreditam que a TNM é uma das melhores traduções do grego para o
português, se não for a melhor, e no que se refere a João 1.1c. que eles
traduziram [...] καὶ θεὸς ἦν ὁ λόγος, para, “e o verbo era um deus”
eles afirmam que é a melhor entre os acadêmicos. (Grifo nosso). Mas será
que isso tem sustentabilidade gramatical e exegética?
Essa pergunta tem levado muitos
estudiosos de renome como os doutores, BRUCE M. METZGER, (Universidade de
Princeton), J. R. MANTEY, SAMUEL J. MIKOLASKI, CHARLES L. FEINBENG do Portland,
JAMES L. BOYER, WALTER MARTIN, dentre outros, que são especialistas em
linguística e no grego koiné, a acreditarem, que a TNM (Tradução do Novo Mundo)
no que se refere a João 1.1.c e em outros lugares é totalmente inapropriada,
infundada e errada. Os mesmos chegam a dizer que é uma das “piores traduções”
do grego, que por não entenderem a teologia Joanina, a gramática da língua
grega e a exegese tem levado os seus adeptos a terem uma visão minimizada e
distorcida sobre a DIVINDADE de Jesus.
O presente trabalho tem por finalidade
apresentar ao público leitor, uma compreensão sobre a língua grega para um
melhor entendimento de como se trabalha com o idioma do grego koiné para o
português, a regra de Colwell e sua importância para a exegese, como também o
porquê da TNM ser uma tradução sofrível no Evangelho de João 1.1c, e por final
apresentaremos as justificativas de qual a melhor tradução se “o Verbo era
um deus” ou se, “o Verbo era Deus”
e como as traduções em diversos idiomas traduziram a referida passagem para os
seus patrícios.
2. A ESTRUTURA DA LÍNGUA GREGA
Quando estudamos a língua
grega percebemos que sua estrutura morfológica é muito complexa. O seu campo
semântico é um verdadeiro labirinto para quem não conhece como funciona suas
orações. A importância de estudá-la é de fato em primeira instância laborioso e
exaustivo, mas no decorrer do tempo as perguntas vão se encaixando e
vislumbrando num prisma melhor. Sabemos que a língua grega foi falada há
centenas de anos, por isso, se precisa conhecer a sua história e sua relação
com outros idiomas antigos.
A língua grega é um dos membros da grande família de línguas
indo-europeias, que se estende por quase toda a Europa e parte da Ásia,
particularmente o Irã e parte da índia. A essa família pertencem, além do
grego, outras grandes línguas culturais como o sânscrito e o latim, assim como
o armênio, o germânico, o báltico, o eslavo, o albanês e diversas outras
línguas menores. O parentesco entre as línguas mencionadas pode ser observado,
por exemplo, nos seguintes vocábulos: Pai: no grego é pater, no latim pater,
no sânscrito pita, no antigo persa pitar, no gótico fadar,
no inglês father, no alemão Vater. Mãe: no grego é meter, no
latim mater, no sânscrito matar, no báltico mate, no
inglês mother, no alemão Mutter. De acordo com a linguística
comparada, todas essas línguas provêm de uma raiz comum, uma língua que era
falada por um primitivo povo que teria habitado na Ásia ocidental. Esse povo
teria morado em grandes famílias organizadas segundo o modelo patriarcal, num
contexto agropecuário, com firmes convicções monoteístas. No terceiro milênio
antes de Cristo teria começado uma dispersão daquele primitivo povo, o que
teria originado também a diversificação da sua língua em vários dialetos e
línguas afins. No segundo milênio antes de Cristo, uma das tribos indo-europeias
teria avançado até a península balcânica - seria essa a origem dos gregos[1].
O grego koiné surgiu como um dialeto comum nos
exércitos de Alexandre o Grande. Foi
sob a liderança da Macedônia que colonizaram o mundo
conhecido, seu dialeto comum recém formado foi falado do Egito até as margens da Índia. Embora os elementos do grego koiné tenham tomado forma durante o período Clássico posterior, o período
pós-clássico do grego da morte de Alexandre o Grande em 323 a.C., quando as culturas
oscilaram sob o helenismo, começou a influenciar
a língua. A passagem para o próximo período, conhecido como grego medieval, data da fundação de Constantinopla por Constantino I em 330 d.C.
quinta-feira, 22 de março de 2018
sábado, 17 de março de 2018
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018
quarta-feira, 31 de janeiro de 2018
Prof. Euler L.
MOREIRA
A Salvação é para todos os homens?
(Uma análise Léxico-Sintática da palavra “pas” “todo, todos, o todo” em diversas
passagens do Novo Testamento)
João
1.2-5
2 οὗτος ἦν ἐν ἀρχῇ πρὸς τὸν θεόν.
3 πάντα δι’ αὐτοῦ ἐγένετο, καὶ χωρὶς αὐτοῦ ἐγένετο οὐδὲ ἕν. ὃ γέγονεν
4 ἐν αὐτῷ ζωὴ ἦν, καὶ ἡ ζωὴ ἦν τὸ φῶς τῶν ἀνθρώπων·
5 καὶ τὸ φῶς ἐν τῇ σκοτίᾳ φαίνει, καὶ ἡ σκοτία αὐτὸ οὐ κατέλαβεν
Introdução
Nesta
síntese, iremos apresentar uma análise do termo grego “todo” em relação a
Salvação. Mas primeiro, veremos onde ela ocorre nas diversas passagens dando um
tipo de sentido. Sabemos que há uma discussão muito grande em relação a esse
termo. Dois sistemas de
interpretação ao logo dos séculos, vem se “enfrentando” no campo das ideias,
sobre o real entendimento soteriológico aplicado ao homem. Uma perguntas
crucial é feita: a palavra “todo”, “todos” no que tange a salvação na bíblia é
limitada a certas pessoas, ou não? Através desse pequeno estudo venho elucidar
algumas regras para colocar todas as observações no seu devido lugar. Não quero
aqui dissecar o assunto, mas somente cooperar, para que os interessados possam
tirar suas devidas conclusões.
O que irei
apresentar é a posição estritamente declarada no léxico de Edward Robinson,
léxico baseado em domínio semântico de Johannes Louw – Eugene Nida, dicionário do Novo Testamento grego de W.C
TAYLOR, e outras obras que serão apresentadas nas referências bibliográficas
desta síntese e poderão ser consultadas.
Análise Léxico-sintaxe
O emprego de “paς” segundo os gramáticos
O terno grego “paς” que está numa classe de adjetivos pode muito
bem funcionar como “predicativo com um substantivo procedente de artigo”. Na
função predicativa, adjetivo faz uma afirmação sobre o substantivo, declarando
alguma qualidade considerada digna de destaque. Mas também pode funcionar como
atributiva.
Ex: passa h poliς toda a cidade. (Posição predicativa)
Pssai
ai poleiς todas as cidades. (Posição predicativa)
h passa poliς a cidade inteira, como um todo. (Posição
atributiva)
O substantivo quando aparece no singular sem artigo “paς” tem o
sentido de cada.
Ex: paς oroς cada manhã.
Com artigo e com particípio
Ex: paς o pisteuwn todo o que crê; panteς oi pisteuonteς todos os que creem;
panta ta onta ekei, todas as coisas que estão ali.
Os exemplos supracitados, nos mostram a maneira de se entender uma sentença
em grego. Exegetas e estudiosos, devem observar cada regra para poderem
aplica-las e assim extrair do texto o real significado.
Significado semântico
Segundo os dicionaristas, toda a palavra é carregado de significados.
Descobrir o que cada palavra significa dentro de uma sentença, ou enunciado,
leva o exegeta a se aproximar mais do texto e assim estará entendendo sem
preconceito dogmático a mensagem. Por isso, veremos o significado semântico de “paς”.
Segundo o DITN (dicionário Internacional de Teologia do
Novo Testamento. p. 2521-2522), o termo “pas” como adjetivo no singular:
(a) sem artigo significa “cada”; (b) antes do substantiva
com artigo, “todo” (pasa he Ioudaia Mt 3:5); (c)
entre o artigo e o substantivo, “inteiro” “todo” (ho pas nomos Gl 5:14) “toda a lei”. Aqui se ressalta a soma total
em contraste com as partes, o objeto completo em oposição às porções separadas,
“pas” no plural significa “todos”, pas como substantivo significa “cada um”,
“todos”. Vinculado com tis significa
“qualquer um”, com to pan significa
“tudo”, “a totalidade”, e também o ponto principal, en panti significa “em cada assunto”, com respeito a “tudo” “em
tudo”.
O neutro plural panta significa
“todas as coisas”, ta panta “tudo
isto” (2 Co 4:15), “todas as coisas” ( Rm 11:36; Cl 1:16-17). Em Grego secular,
ta panta também significa “a
totalidade”, “o universo”, hapas é
uma forma fortalecida de pas,
frequentemente empregada com o mesmo sentido, mas às vezes com um significado
Intensificado, “a totalidade”, “tudo”, “todos”.
Examinando as
sentenças em grego com “paς”.
Ressaltando as regras já estabelecida nos
léxicos e dicionários.
a) “Quando ‘pas’ aparece antes de um substantivo
com o artigo, traz a ideia de uma totalidade, todo, o todo”.
“E eu vos digo que
nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles”. (Mt. 6:29 ACF)
λέγω δὲ ὑμῖν ὅτι οὐδὲ
Σολομὼν ἐν πάσῃ τῇ δόξῃ αὐτοῦ περιεβάλετο ὡς ἓν τούτων
Observamos que o termo “pase te doxa outou” está se referindo a
tudo (honra, dignidade, majestade) que Salomão possuía. Dando uma ideia de uma
totalidade, mas sem especificar cada elemento do seu reino.
“E
toda a multidão do povo estava fora, orando, à hora do incenso”. (Lc 1:10 ACF)
καὶ πᾶν τὸ πλῆθος ἦν τοῦ λαοῦ προσευχόμενον
ἔξω τῇ ὥρᾳ τοῦ θυμιάματος.
A expressão “pan to plethos” (toda a multidão), utilizando o artigo com seu
substantivo, mostrando que não era qualquer multidão que estava ali. Mas uma
multidão com fortes crenças religiosas. O adjetivo predicativo nominativo “pan”
qualifica todo a multidão de uma forma coletiva e vibrante, sem trazer uma
ideia de cada indivíduo envolvido.
Podemos nos valer de mais um texto, mostrando que o termo “pas” antes de um
substantivo com o artigo se refere a uma totalidade ou todo, sem trazer aquela
ideia de individualidade.
“Então, saíam a ter com ele
Jerusalém, toda
a Judéia e toda a circunvizinhança do
Jordão”; (Mt. 3:5 ARA)
Τότε ἐξεπορεύετο πρὸς αὐτὸν
Ἱεροσόλυμα καὶ πᾶσα ἡ Ἰουδαία καὶ πᾶσα ἡ περίχωρος τοῦ Ἰορδάνου
Mais uma vez “pasa”
estando no singular e antes de um substantivo com o artigo, demostra uma
unidade coletiva totalitária. Indicando que “toda a Judéia” (metonímia
indicativo para os habitantes) sem delimitar as suas cidades com os seus
habitantes saiam para ouvir a mensagem de João Batista.
Os exemplos são o suficiente, para elucidarmos a palavra “paς”. Mas se desejarem ir mais adiante, podem verificar esses
textos: Mt. 8.32; Mc 5.33; Jo 8.2; Rm 3.19; 4.16.
O emprego do termo “paς” trazendo uma ênfase de
número definido
Nos primeiros exemplos, tentamos levar o leitor a
conceber que o termo “pas” em diversas passagens indica uma ideia de unidade,
uma totalidade, todo, o todo, que nessa visão o singular é usado com o
substantivo com artigo. Agora avançando em nosso estudo, o mesmo termo com seus
respectivos casos vai nos trazer a ideia de um número definido.
a)
“paς” no plural
com Substantivo com artigo no plural
“De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações”... (Mt 1:17 ACF)
Πᾶσαι αἱ γενεαὶ ἀπὸ Ἀβραὰμ ἕως Δαυὶδ
γενεαὶ δεκατέσσαρες, καὶ ἀπὸ Δαυὶδ
O texto é bem claro
quando trabalha “pas” como um número definido. Nesso caso “pas” tem um reforçõ
a mais pela preposição “apo”( desde) e
o adverbio “eos” (até), que reforçam essa delimitação.
Veremos outro exemplo onde “pas” é um número definido
entes de uma palavra que se segue.
“E, levantando-se
o sumo sacerdote, e todos os que estavam com
ele (e eram eles da seita dos saduceus), encheram-se de inveja”, (Acts 5:17 ACF)
Ἀναστὰς δὲ ὁ ἀρχιερεὺς καὶ πάντες οἱ σὺν αὐτῷ- ἡ οὖσα αἵρεσις τῶν
Σαδδουκαίων ἐπλήσθησαν ζήλου,
O termo está mais uma vez nos trazendo a ideia de um
número definido. Pois o é ressaltado que a seita dos saduceus estava no local.
Era possivelmente no Sinédrio que eles estavam, fazendo um tipo de reunião.
Numa reunião de fato tem um número definido de pessoas.
Nos dois exemplos o adjetivo “pas”
indicou um número definido. Devemo sempre recorrer ao contexto em que a palavra
está inserida para termos mais segurança no momento de extrairmos o verdadeiro
significado.
Número indefinido (sem o
artigo)
Em nossa próxima análise, vamos expor alguns textos importantíssimos que
trazem um número indefinido aos elementos que estão no enunciado.
“Porque
hás de ser sua testemunha para com todos os homens
do que tens visto e ouvido. (At 22:15 ACF)
Ὅτι ἔσῃ μάρτυς αὐτῷ πρὸς πάντας ἀνθρώπους ὧν ἑώρακας καὶ ἤκουσας
A frase “com todos
os homens” está fortemente indefinida diante do texto. Pois não está delimitado
quais homens o apostolo Paulo poderia testemunhar acerca do evangelho. Sabemos
que o apóstolo, evangelizou tanto judeus como gentios e isso é notório. Mas
pela frase o próprio Paulo nos deixa um número indefinido de homens que tem de
levar as boas novas de salvação.
Duas passagens que tem
o mesmo valor em sintaxe e ideia teológica vão ser analisadas posteriormente.
Diante das regras do léxico de Edward Robinson, que é a principal fonte desse
estudo, o termo “pas” no sua forma plural sucedido por um substantivo sem o
artigo está indicando um número indefinido.
Analisaremos outas passagens que se
enquadram na mesma regra, implicando assim um número indefinido.
Vejamos:
“Porque hás de ser sua testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido”. (At 22:15
ACF).
Ὅτι
ἔσῃ μάρτυς αὐτῷ πρὸς πάντας ἀνθρώπους ὧν ἑώρακας καὶ ἤκουσας.
“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e
pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”. (Rm. 5:12 ACF).
Διὰ
τοῦτο, ὥσπερ δι᾽ ἑνὸς ἀνθρώπου ἡ ἁμαρτία εἰς τὸν κόσμον εἰσῆλθεν, καὶ διὰ τῆς ἁμαρτίας
ὁ θάνατος, καὶ οὕτως εἰς πάντας ἀνθρώπους ὁ θάνατος διῆλθεν, ἐφ᾽ ᾧ πάντες ἥμαρτον
“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de
justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. (Rm. 5:18 ACF)
Ἄρα οὖν ὡς δι᾽ ἑνὸς παραπτώματος εἰς
πάντας ἀνθρώπους
εἰς κατάκριμα, οὕτως καὶ δι᾽ ἑνὸς δικαιώματος εἰς πάντας ἀνθρώπους εἰς δικαίωσιν ζωῆς.
“E
outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de
Deus o adorem”. (Hb. 1:6 ACF).
Ὅταν δὲ πάλιν εἰσαγάγῃ τὸν πρωτότοκον
εἰς τὴν οἰκουμένην λέγει, Καὶ προσκυνησάτωσαν αὐτῷ πάντες ἄγγελοι θεοῦ”.
Vimos que em todos os casos os substantivos estão sem artigo. Portanto o
entendimento de toda a sentença é uma clara indefinição.
Agora quero chamar sua atenção para dois textos muito
discutido. Tudo que ressaltei até agora, fora baseado em gramáticas e léxicos.
Trazendo assim uma base sólida e exegética do assunto em pauta.
Vejamos as referidas passagens.
“Porque
a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt
2:11 ACF)
Ἐπεφάνη γὰρ ἡ χάρις τοῦ θεοῦ ἡ σωτήριος
πᾶσιν ἀνθρώποις,
“o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da
verdade”. (1 Tim. 2:4 ARA)
ὃς πάντας ἀνθρώπους θέλει σωθῆναι καὶ εἰς ἐπίγνωσιν ἀληθείας
ἐλθεῖν.
Em Tito 2.11 πᾶσιν é um adjetivo dativo masculino plural, concordando claro com o seu substantivo
ἀνθρώποις dativo masculino plural sem artigo
definido. Também em 2 Tm 2,4, πάντας que é um adjetivo dativo masculino
plural concordando com o seu
substantivo ἀνθρώπους dativo masculino
plural se
enquadrando na regra proposta.
Os dois
textos citados em destaque neste estudo, não podem ser tidos como uma passagem
que indica um número definido. Portanto, a salvação vinda por Deus é para
“todos os homens” sem distinção de raça, cor, e etnia. O texto não vislumbra um
grupo de pessoas e nem uma unidade coletiva singular, mas a “todos” em geral
sem mencionar definição restrita.
Na
passagem de Tito 2.11, enfatiza o termo χάρις “graça” como uma
“manifestação” eπεφάνη cujo o significado é “fazer aparecer, mostrar-se em”. É
visto também que ela está relacionada como posse no substantivo “tou qeou”. Ou seja, ela
(graça) procede de Deus, pois é gerada Nele. Da mesma sorte, a salvação é
trazido por ela, para todos os homens porque ambas provém de Deus.
Em 1Tm 2.4, o que me chama atenção é o verbo θέλει, que por causa de sua terminação ει está na terceira pessoa do singular de θέλw ( verbo indicativo presente ativo da primeira pessoa do singular).
Na classe gramatical θέλει está
no modo indicativo, pois está ligado a qeou que é o praticante da ação verbal. O modo
indicativo, é o modo da afirmação da realidade e representa a ação do verbo
como real. Ou seja, o desejo de Deus em salvar todos os homens é de fato real e
não imaginário. O verbo está também no tempo presente e na voz ativa.
Segundo Lourenço
S. Rega o mesmo nos explica sobre o tempo presente dizendo que “em todos os modos, incluindo o
indicativo, o presente expressa uma ação contínua ou num estado incompleto,
chamada ação durativa ou linear. A ação é considerada como progredindo, em
andamento, acontecendo”.
Se a ação é considerada como
progredindo, em andamento, como acontecendo, então o desejo, a vontade de Deus,
em salvar todos os homens, está ativa e vivificante em Deus, em função real e presente
segundo a visão de Paulo, que usou esse termo, nesse tempo presente na voz
ativa. O termo ἀνθρώπους (anthpopous),
está sem artigo e no plural, mostrando assim um número indefinido de pessoas na
salvação. Tanto em Tt 2.11, quanto em 1Tm 2.4, de acordo com as regras
gramaticais não podemos conceber um número definido de pessoa.
João 3.16
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna (Jo. 3:16 ACF)
Οὕτως γὰρ ἠγάπησεν ὁ θεὸς τὸν κόσμον, ὥστε τὸν υἱὸν αὐτοῦ
τὸν μονογενῆ ἔδωκεν, ἵνα πᾶς ὁ πιστεύων εἰς αὐτὸν μὴ ἀπόληται, ἀλλ᾽ ἔχῃ ζωὴν αἰώνιον.
Sabemos que “pas” no
singular está indicando e vislumbrando “todo”. Já o particípio πιστεύων no
presente ativo nominativo de πιστεύω, que nesse caso tem a função de adjetivo
substantivado, nos traz a tradução de, o
crente, o que crê, quem crê, aquele que crê. A relação da
palavra “pas” com o adjetivo substantivado “pisteuo” é um indicativo de “todo”
indivíduo em número indefinido, sem apontar quem, expressar a “crença, crer continuamente”
Nele (no Filho de Deus) tem vida eterna. Pois um particípio presente quer dizer
uma ação contínua, em andamento.
Conclusão
O objetivo desse estudo, como já foi mencionado no
prologo do mesmo, não é de maneira alguma esgotar o assunto. Mas contribuir com
a escritura sagrada, utilizando a ferramenta exegética que é indispensável
nessa análise.
Desde já, agradeço a todos os leitores desse tão pequeno
estudo.
Referências Bibliográficas
1. Almeida Corrigida Fiel.
2. Almeida Revista Atualizada.
3. Almeida Revista Corrigida.
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