segunda-feira, 30 de julho de 2018

O EVANGELHO DE JOÃO 1.1c, E A TRADUÇÃO DO NOVO MUNDO



Uma análise léxico sintática da verdadeira tradução de [...] καὶ θεὸς ἦν ὁ λόγος.

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VISÃO PANORÂMICA

Postulamos que o Logos é o Ser cuja existência transcende o tempo. Sua preexistência eterna é explícita nas palavras do apóstolo João (Jo.1:1; 1Jo.1:2). O Verbo estava com Deus. A preposição “com” (gr. pros) implica em relação e distinção. Usada com o acusativo significa não somente coexistência mas intercomunicação direta. O Verbo era Deus. Dito isto, não se deduz que o Verbo era a mesma pessoa descrita como Deus — o qual Ele estava —; entretanto, significa mais do que Este Ser apenas "um deus" distinto ontologicamente Daquele — como vertido em supostas traduções, por exemplo a TNM das testemunhas de Jeová. Ademais, não encontramos qualquer sustentabilidade exegética, gramatical, e ou, teológica para tal “tradução defendida”. Há uma implicação definida na reivindicação de o Verbo ser tão “substancialmente Deus” quanto o Deus que o mesmo estava no texto de Jo.1:1c. O Verbo é qualificado como Deus, coparticipante da essência Divina e, em virtude de tal certeza, consideramos como afirmou o Erudito gramático Daniel B. Wallace em sua obra Gramatica grega – uma sintaxe exegética do NT pg 735: "O que Deus Era o Verbo Era". Isso não significa que exista mais que um Deus, pois afirmar isso seria ir contra o que o Mesmo em Sua revelação escrita afirma (Is.43:10), logo, mediante revelação progressiva, nos é evidente a existência de pluralidade de pessoas na singularidade do Deus das Escrituras, e isso, a partir da mesma.
Devida surpreendente revelação do Ser de Deus pelas escrituras a igreja adotou o conceito de “Trindade”, este fundamentado na compreensão da existência de três autoconsciências divinas distintas (diferente do unitarismo); Pai, Filho e Espírito Santo, que na economia da Divindade tem sua própria funcionalidade (diferente do unicismo), que coexistem desde a eternidade (diferente do modalismo), são unas em essência e propósito (diferente do politeísmo), reais e ativas no mundo desde sua fundação (diferente do ateísmo) e defendida pelas Escrituras. Considerando isso, o Novo Testamento está repleto de claras e significantes evidências que apontam para a comprovação dessa sentença (cf. 1Co.8:6; At.5:3,4; 20:28; Jo.20:28..etc). Sugerir uma suposta geração do Verbo na eternidade pelo Deus que o mesmo estava, talvez até atribuindo “natureza angelical” a Este a fim de negar sua preexistência eterna e apoiar a suposta tradução “e o Verbo era um deus” — insinuando haver inferioridade entre as pessoas na Divindade — é, sem dúvida alguma, “deliciosamente gnóstico” (Qual o texto original do novo testamento – QUE DIFERENÇA FAZ? Dr.Wilbur Norman Pickering, pg 209). Os que se utilizam desta via além de se auto-proclamarem politeístas demonstram total desespero em defesa de sua doutrina débil, outrossim, uma profunda ignorância com respeito a revelação bíblica concernente ao assunto.
Além do mais, negar a eternidade do Verbo é ignorar o fato de todas as coisas criadas terem tido origem mediante atuação ativa do mesmo, sendo isso claro em todo NT (Jo.1:3; Cl.1:16; Hb.1:2). Isso significa que “sem ele, e ou, sem sua participação direta, nem mesmo uma só coisa veio a existir, isso é, o que veio a existir” (Jo.1:3), excluindo-o assim — e as demais pessoas na Divindade, Pai e Espírito — daquilo que veio a existência, e atribuíndo ao mesmo eternidade e preeminência sobre. Definitivamente, não há como negar a coigualdade ontológica entre as pessoas na Divindade (Pai, Filho e Espírito Santo), nem tão pouco aceitar a vergonhosa tradução sugerida pelas testemunhas de Jeová para benefício próprio e depreciação da pessoa do Cristo pré-encarnado.


Brício Lube









           1. INTRODUÇÃO


Sabemos que a Palavra de Deus, está sendo muito manipulada em diversos Seminários e em Faculdades teológicas que se dizem “cristãs”. Não somente a igreja está sendo atacada na presente era, mas a Tradução da Bíblia. Alguém já disse, “quando não conhecemos a história da igreja, estamos fadados a repetir as mesmas heresias, ora combatidas por ela”. Essa verdade é incontestável, pois milhares de ensinos heréticos estão novamente voltando com uma nova roupagem para atacar a igreja de Jesus e a Bíblia Sagrada. Esta, no que tange a sua tradução, está sendo manipulada por muitas pessoas. Gente dizendo que a melhor tradução é assim, outros dizem que é de outra forma, enfim, para um esclarecimento sobre a mesma e sua tradução, no mínimo se precisa estudar os idiomas no qual ela fora escrita.
“Muitos incautos” em especial “as testemunhas de Jeová”, acreditam que a TNM é uma das melhores traduções do grego para o português, se não for a melhor, e no que se refere a João 1.1c. que eles traduziram [...] καὶ θεὸς ἦν ὁ λόγος, para, “e o verbo era um deuseles afirmam que é a melhor entre os acadêmicos. (Grifo nosso). Mas será que isso tem sustentabilidade gramatical e exegética?
Essa pergunta tem levado muitos estudiosos de renome como os doutores, BRUCE M. METZGER, (Universidade de Princeton), J. R. MANTEY, SAMUEL J. MIKOLASKI, CHARLES L. FEINBENG do Portland, JAMES L. BOYER, WALTER MARTIN, dentre outros, que são especialistas em linguística e no grego koiné, a acreditarem, que a TNM (Tradução do Novo Mundo) no que se refere a João 1.1.c e em outros lugares é totalmente inapropriada, infundada e errada. Os mesmos chegam a dizer que é uma das “piores traduções” do grego, que por não entenderem a teologia Joanina, a gramática da língua grega e a exegese tem levado os seus adeptos a terem uma visão minimizada e distorcida sobre a DIVINDADE de Jesus.
O presente trabalho tem por finalidade apresentar ao público leitor, uma compreensão sobre a língua grega para um melhor entendimento de como se trabalha com o idioma do grego koiné para o português, a regra de Colwell e sua importância para a exegese, como também o porquê da TNM ser uma tradução sofrível no Evangelho de João 1.1c, e por final apresentaremos as justificativas de qual a melhor tradução se “o Verbo era um deus” ou se,  o Verbo era Deus” e como as traduções em diversos idiomas traduziram a referida passagem para os seus patrícios.



2. A ESTRUTURA DA LÍNGUA GREGA
Quando estudamos a língua grega percebemos que sua estrutura morfológica é muito complexa. O seu campo semântico é um verdadeiro labirinto para quem não conhece como funciona suas orações. A importância de estudá-la é de fato em primeira instância laborioso e exaustivo, mas no decorrer do tempo as perguntas vão se encaixando e vislumbrando num prisma melhor. Sabemos que a língua grega foi falada há centenas de anos, por isso, se precisa conhecer a sua história e sua relação com outros idiomas antigos.

A língua grega é um dos membros da grande família de línguas indo-europeias, que se estende por quase toda a Europa e parte da Ásia, particularmente o Irã e parte da índia. A essa família pertencem, além do grego, outras grandes línguas culturais como o sânscrito e o latim, assim como o armênio, o germânico, o báltico, o eslavo, o albanês e diversas outras línguas menores. O parentesco entre as línguas mencionadas pode ser observado, por exemplo, nos seguintes vocábulos: Pai: no grego é pater, no latim pater, no sânscrito pita, no antigo persa pitar, no gótico fadar, no inglês father, no alemão Vater. Mãe: no grego é meter, no latim mater, no sânscrito matar, no báltico mate, no inglês mother, no alemão Mutter. De acordo com a linguística comparada, todas essas línguas provêm de uma raiz comum, uma língua que era falada por um primitivo povo que teria habitado na Ásia ocidental. Esse povo teria morado em grandes famílias organizadas segundo o modelo patriarcal, num contexto agropecuário, com firmes convicções monoteístas. No terceiro milênio antes de Cristo teria começado uma dispersão daquele primitivo povo, o que teria originado também a diversificação da sua língua em vários dialetos e línguas afins. No segundo milênio antes de Cristo, uma das tribos indo-europeias teria avançado até a península balcânica - seria essa a origem dos gregos[1].

O grego koiné surgiu como um dialeto comum nos exércitos de Alexandre o Grande. Foi sob a liderança da Macedônia que colonizaram o mundo conhecido, seu dialeto comum recém formado foi falado do Egito até as margens da Índia. Embora os elementos do grego koiné tenham tomado forma durante o período Clássico posterior, o período pós-clássico do grego da morte de Alexandre o Grande em 323 a.C., quando as culturas oscilaram sob o helenismo, começou a influenciar a língua. A passagem para o próximo período, conhecido como grego medieval, data da fundação de Constantinopla por Constantino I em 330 d.C.



[1] IBTEL. (Noções do Grego Bíblico, 2015, p.11).